Restaurant Week 2012 (1)

A 10° Edição do Restaurant Week vai acontecer em São Paulo de 5 a 18 de março. Serão 14 dias em que diversos restaurantes oferecerão um menu com entrada, prato principal e sobremesa por R$ 31,90 (almoço) e R$ 43,90 (jantar). CLIQUE AQUI e confira o site oficial do evento.

Todos os anos, fico pensando se vale a pena ir ao RW, pois infelizmente tive mais péssimas impressões que bons momentos nesse evento...

No Brasserie Eric Jacquin, comi um Boeuf Bourguignon fraco e o pior e mais caro café expresso de minha vida; no D`Olivino, diante

do Minestrone minha mãe disse: "a minha sopa é muito melhor que isso, não é, Taka?"; no Le Bouchon, questionado sobre os pratos diminutos, o garçom disse que o que serviam durante o RW eram miniaturas dos pratos servidos normalmente (não era à toa que num sábado, às 20horas, em plena RW, o restaurante estava às moscas)... E por aí vai...

É óbvio que o empreendimento gastronômico é uma empresa, que busca o lucro, sem o qual não sobrevive. Mas é preciso ter um certo equilíbrio para ser lucrativo e ainda satisfazer o cliente. E isso não é fácil... Os restaurantes que citei são renomados e liderados por pessoas experientes e profissionais; e o deslize provavelmente foi pontual, acontecendo apenas no meu prato ou atendimento. Mas aconteceu...

Não existe perfeição... E é por ter consciência disso que neste blog serei complacente aos pequenos deslizes, mas brutalmente ácido diante dos grandes erros. E só falarei de um restaurante depois de visitá-lo mais de uma vez. Isso tudo para que eu não me transforme no bobo que vê qualidade em tudo, nem no rabugento que só enxerga os defeitos.

Voltando ao RW, penso que deveria encarado como uma oportunidade para mostrar a capacidade do Chef em fazer pratos condizentes ao seu

restaurante a um preço baixíssimo. É o momento de se despir dos ingredientes caros obviamente bons para mostrar o lado alquímico do cozinheiro ao transformar produtos baratos em ouro.

Percebo que muitos restaurantes vêem o RW apenas como uma estratégia de marketing para possibilitar que mais pessoas visitem a casa; outros tentam com isso dar um Up no movimento fraco... Não encaro essas posturas como um erro, mas é preciso saber que o brasileiro tem viajado, lido, comido e bebido mais, tornando-se pouco a pouco mais exigente, apesar de ainda estarmos longe do rigor dos povos tradicionalmente foodies. Enganações terão vida cada vez mais curta.

Pois é... Espero ter um pouquinho mais de sorte desta vez...